O desenvolvimento do conhecimento humano e suas formas políticas

O conhecimento humano, avaliado a partir da linha evolutiva, onde técnicas foram desenvolvidas, proporcionou que sua capacidade reflexiva e questionadora se tornasse cada vez mais complexa. Deste modo, avaliando-se desde os mitos, passando pela filosofia e, finalmente, chegando à ciência moderna, podemos perceber diferentes concepções de verdade à medida que mudam-se a época e a cultura e, com isso, variando também o exercício do poder político.
Em sociedades orientadas pelo mito, a idéia de verdade é transmitida de geração para geração oralmente, aceito como verdade absoluta, pois há certa crença, religiosidade. Assim, a forma de governo nessas sociedades há uma possibilidade maior da soberania, uma vez que aquilo que um mito diz é incontestável, logo o poder do governante também será, fincado pela idéia de divindade, da legitimidade pela fé.
A filosofia surge quando o homem começa a questionar a natureza e querer compreendê-la, assim como sua existência. A filosofia orientava-se pela razão e pela observação para atingir a verdade. Logo, esse método também interferiu na política: novas formas de governo surgem, como a idéia de democracia e República. O governante não é mais visto como uma divindade existe leis que precisam ser obedecidas, há uma racionalidade por trás da forma de governo, debates e participação dos cidadãos para atingir um consenso.
Na sociedade atual, regida pelo parâmetro da ciência, busca-se a verdade através de comprovações científicas e experiências que a comprove. O Iluminismo, em uma época de florescimento cultural e científico, trouxe a razão na forma de governo. Então, como exemplo, surge a teoria da separação dos três poderes (executivo, judiciário e legislativo) por Montesquieu, Voltaire, John Locke, entre outros. Assim, outras concepções políticas surgiram: positivismo, marxismo, neoliberalismo, anarquismo. Cada uma acredita em um conceito de governo, que seria ideal e justo, correspondendo em uma verdade, baseada em estudos científicos.
Assim, conclui-se que a verdade é reciclada à medida que muda a época e conseqüentemente, a cultura. Logo, a sociedade adapta seus novos padrões de verdade também na política.